*Por Chaian Raiad
A Star is Born é um sucesso. Isso ninguém pode negar. O filme – ou devemos focar na trilha sonora? – abocanhou 24 de alguns dos maiores prêmios da indústria e tem muito potencial para o Oscar 2019. Mas antes de sonharmos com o futuro e sermos as famigeradas “Alices” é necessário pé no chão (BEM FIRMES). Para quem entende, gosta ou acompanha um pouco do mundo das divas pop, os atritos entre algumas fanbases sempre dão o que falar. Para muitas pessoas, a artista deve ser elogiada por tudo, mesmo quando apresenta algo com baixa qualidade ou fala muita besteira, como, principalmente, algumas artistas brasileiras vem fazendo (mas isso é assunto para outro post).
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Eu sou um big fã da Gaga. Tudo bem, para alguns mais assíduos eu posso ser um fã “meia-boca”, já que não a acompanho desde o “Red and Blue” (álbum da cantora antes da fama mundial), por exemplo. Mas conheço a cantora desde o ínicio, quando ela estourou com grandes hits como Just Dance e Poker Face, e falar sobre A Star is Born é falar sobre a artista completa que nos deparamos diante da telona. Gaga está na medida certa no papel, mas no fim das contas, ela só deixou mais claro que, como atriz, é uma cantora excepcional.
Mas calma lá! Ainda não me joguem pedras (saudades hit Judas). Irei me explicar! A questão aqui não é uma crítica negativa, do tipo “nossa, que atuação lixo”. Veja bem, não é isso. Lady Gaga entrega aquilo que foi desafiada a fazer: uma cantora que estoura e acaba indo para o pop. Isso te lembra alguma coisa? É exatamente aqui que eu quero chegar! A história de Ally (nome da personagem) se assemelha com a da Gaga. Por todas as dificuldades que ela tenha para construir o papel, boa parte dessa persona já vinha de um background da própria Gaga. Essa semelhança com a vida real pode ser sentida por quem não acompanha de perto a carreira da artista, tanto que A Star is Born ficou conhecido por boa parte do público como “o filme da Lady Gaga”. Nem uma e nem duas, várias pessoas me perguntavam, como fã, se era um filme sobre a carreira dela, porque foi essa imagem que os desavisados de plantão tiveram.
Mais uma vez, Gaga entregou o que eu e a academia esperávamos, (tanto que foi indicada à categoria melhor atriz não só no Oscar, mas em várias premiações, como o Globo de Ouro), mas nada excepcional, quando se comparado, por exemplo, com o desempenho de algumas concorrentes na mesma categoria, como Olivia Colman em A Favorita. Gaga não precisou passar por nenhuma cena que realmente exigiu que ela “desse todo o sangue” para ser considerada uma atriz WOW! SPOILER ALERT – já imaginou se Ally encontrasse o marido morto em casa? Como seria a reação de Ally no velório/enterro do marido? E se acontecesse um embate com o empresário e ele contasse para Ally que ele levou o marido dela a se matar? É disso que estou falando! Faltou/faltaram cena(s) que pedissem por mais dramaticidade, que mostrassem que a Gaga roubaria, ainda mais, a cena.
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Falando do filme no geral, a história, já aclamada (isso mesmo, coleguinha, é um remake) pega as novas gerações. Bradley Cooper está sensacional no papel de um astro alcóolatra (a cena do Grammy é sensacional) e não deixa a desejar. Como big fã (mais uma vez) as cenas musicais são algumas das mais emocionantes. A primeira cena com Shallow e toda potência vocal de Gaga é de dar arrepios. E, para quem é fã de cantores de qualidade, vai algumas curiosidades:
- Gaga exigiu gravar todas as faixas ao vivo;
- Parte das gravações foi feita em festivais de verdade, como o Coachella;
- Para não vazar nenhuma música antes do lançamento, as equipes usaram um modo de captação em que apenas as pessoas no palco conseguiam ouvir o que estava sendo falado/tocado, a plateia, não;
- Gaga é uma das compositoras de Shallow, o grande hit e grande concorrente dos prêmios nesta temporada, e participou do processo criativo de todos os hits.
O filme é uma graça, tem seus altos e baixos, mas no fim das contas, o que realmente marca é a trilha sonora fantástica. Ouvir cada música na voz de Gaga é um suspiro para quem ama a cantora e preza bons artistas, além de, finalmente, caso se concretize, vingar a vitória que não rolou no Oscar de 2016, em que a mesma concorreu com a música Til It Happens To You e perdeu para Sam Smith. Chegou a sua vez, mother monster!
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Confira o trailer:
FICHA TÉCNICA:
A Star is Born
Direção: Bradley Cooper
Elenco: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott etc.
Nacionalidades: EUA
Duração: 2h 16min
COMO ASSISTIR:
Já é possível alugar o filme no NOW
CATEGORIAS INDICADAS NO OSCAR 2019:
*Chaian Raiad
25 anos. Jornalista apaixonado por Memes e Gifs. De cultura pop a filmes cults. De Iza a Nina Simone, de Lady Gaga a Elza Soares. Uma bagunça organizada que sempre está disposto a conhecer novos ritmos, sons, tendências e histórias.