*Por Talita Guimarães
Menininha, cansei de tomar carreira de dono de jardim por catar florzinhas para levar de presente para minha mãe. Quando voltava da escola, tinha o hábito de vir juntando o que achava de bonito em pétala e flor pelas calçadas, canteiros e cercas.

Arte: Talita Guimarães
Foi assim com frequência até por volta dos 14 anos, quando ainda voltava de bicicleta das aulas de educação física no contraturno.
Com a passagem do tempo e os trajetos escolares feitos de ônibus entre bairros, fui forçada a suspender o hábito.
Adulta, volta e meia recobro o gesto, quando tenho oportunidade.
Claro que já não arranco flores de jardins alheios, tampouco ando por aí catando toda sorte de mato colorido dos canteiros. Crescida, vez por outra vou a feirinhas e compro meus próprios vasinhos de flor.
Até pouco tempo atrás, hoje mais precisamente, em que voltando do horário de almoço, colhi do chão duas florzinhas de ipê recém-caídas do pé e enviei-as por foto para as pessoas que gosto, entre elas meus pais.
No momento seguinte, o sentimento de ainda ser quem já fui bombeou imenso do peito, lembrando-me de quem posso continuar a ser.
Talita Guimarães: Ensaios em Foco | Instagram | Twitter
É verdade,sempre se tem guardado dentro de nos a verdadeira escencia da construçao do nosso ser. E vc sempre sera assim”uma florzinha singela,renovada a cada primavera. Bjs. Te amo minha Tulipinha.
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