*Por Talita Guimarães

Arte: Talita Guimarães
Valorizo pequenos gestos. Palavras breves. Coisas mínimas.
Na plataforma de embarque do meu ônibus no terminal, anos depois da crônica da pipoca diária de Seu Moço e meses sem contato, nova interação entre nós – o pipoqueiro do Terminal da Praia Grande e eu – acontece. Faminta após um expediente inteiro de trabalho no ar-condicionado, respiro a temperatura ambiente entre a brisa que corre do Rio Anil e as baforadas dos ônibus e mentalizo a vinda de Seu Moço, que atendendo aos meus pedidos surge diante de mim com sua travessa de plástico com saquinhos de pipoca, agora a um real cada. Cato duas moedas de cinquenta, que antes davam pra dois saquinhos, e lhe entrego em troca de hoje um só. É quando a coisa acontece: inesperadamente Seu Moço sorri e levando as duas moedinhas até a bochecha solta “tá friinha”. Sorrio de volta surpresa com sua reação infantil e me encho de alegria com o retorno da nossa amizade platônica de fim de dia.
Awn :))
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