*Por Talita Guimarães

Arte: Talita Guimarães
São as coisas mais mínimas, mínimas mesmo, que me comovem. Dignidades que enchem meus olhos de uma beleza que me faz amar muito profundamente estar no mundo para partilhar certos momentos.
O corte de cabelo ousado do rapaz no metrô. A completa entrega ao sono solto do rapaz que viaja ao meu lado. A letrinha mínima com que a senhorinha do RH preencheu o campo destinado ao e-mail institucional. Comove-me profundamente sua habilidosa legibilidade numa caligrafia tão delicada quanto cuidadosa. A respiração profunda do amigo adormecido tão perto. A escolha espontânea do alimento que vai para o prato. A concentração do fotógrafo limpando as lentes de sua câmera. O olhar do homem pela janela do ônibus demoradamente detido em um ciclista. O pulinho do pai da amiga ao descer do ônibus. A vizinha regando – vejam só! – o matinho que nasce entre as fissuras na calçada de cimento.
Esse ser de quando não sabemos que estamos sendo. Nossos gestos mais distraídos e, portanto mais nossos de todos. São eles que me interessam. Fisgam meu olhar e ganham meu coração.
Amo todos eles. Porque me fazem amar nossa frágil humanidade. E sentir gratidão por viver em um mundo de coisinhas mínimas que afagam imenso.
Tao sutil e sensivel como vc. Lindo!!!!
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