Toda vez que algo finda, tudo em volta acaba. Parece óbvio, mas é mais profundo do que aparenta. Não há possibilidade de retomada. Não existe continuar de onde parou. O que resta é começo. Tudo é novo. O fim põe um basta no que era até então. E emana uma energia nascente, que cede espaço para o porvir.
Quando alguém parte, nada fica no lugar. Nem aqui, tampouco lá.
Quando alguém rompe com alguém, ninguém permanece quem é. Todos viram outras pessoas. Vivem novas vidas. São outras gentes.
Quando alguém morre, todo mundo renasce. Inclusive quem morreu.
Crente ou não, quem morre nasce para a vida eterna. Conformado ou não, quem vive renasce de si mesmo, após a partida do outro.
Nada sobra como é, embora as coisas pareçam ficar no mesmo lugar. Insistam fincar no mesmo lugar.
A despeito disso, as roupas perdem o cheiro, a casa perde a presença, os ouvidos perdem a voz. O corpo perde o abraço.
A alma pede um abraço.
E então o tem. Ou não.
E em consequência a qualquer uma dessas coisas, já não se é mais o mesmo.
Funciona como uma bolha que explode dentro de você. O conteúdo vaza e vai tomando parte a parte do teu ser, que vai se modificando lentamente, enquanto incorpora qualquer nota diferente de ainda ser o mesmo.
A gente não muda, se transforma. Em algo melhor ou pior do que é.
Depende de como a bolhinha é implantada em você. E de onde, quando, por que ou por quem ela estoura.
Ou ate como ela estoura,lindo,intenso, completo em sentimentos. Amei.ytf
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